domingo, 12 de junho de 2011

Modelos de Negócios da Internet

A Internet tem sido marcada, ao longo de sua breve existência, por histórias de sucesso e insucesso, por grandes expectativas e algumas decepções. Apesar de se encontrar ainda em sua infância, o ambiente da Internet já emite sinais claros de que um processo de maturação está em curso e de que, em certos aspectos, o setor caminha no sentido da incorporação de padrões profissionais e regras de negócios mais próximos dos setores tradicionais. Esses negócios são as diversas formatações que os empreendimentos adquirem ao utilizar a Internet como canal primário ou secundário de comercialização.

EXEMPLOS DE MODELOS

PROVEDOR DE CONTEÚDO ONLINE
O modelo de negócios tradicional de empresa de Internet estava ligado à disponibilização online de um conteúdo capaz de atrair e fidelizar audiência e, com base nesta, auferir receita mediante venda de publicidade, basicamente sob forma de banners.
Se analisarmos esse modelo em maior detalhe, iremos observar que sua filosofia de negócios era baseada nos pilares conteúdo e mídia. Em termos genéricos, poderíamos afirmar que este modelo se aproximava bastante daquele já praticado pelos canais de televisão e que tem como premissa básica a captura de uma audiência significativa que valorize o espaço de mídia comercializado.
O que se tem observado é que a audiência na Internet, assim como na televisão (mesmo a cabo), é altamente concentrada. Tal fato faz com que a receita de mídia só assuma real significado para portais dispondo de grande quantidade de conteúdo. Em conseqüência, o modelo de negócios propugnado por um grande número de pequenos projetos nos anos iniciais da Internet não se concretizou.
Em realidade, à medida que a Internet adquirir a capacidade de processar sons e imagens com naturalidade e em tempo real, e a televisão tradicional incorporar características de interatividade, a tendência é que as duas plataformas convirjam para um mesmo conceito.
Assim sendo, o modelo de negócios baseado em mídia tende a ser viável apenas para um número relativamente reduzido de grandes players especializados, caracterizando-se como uma fonte marginal de receita para a maioria das empresas de Internet.
Vale dizer que mesmo os players especializados em mídia não contam com a possibilidade de cobrir todos os seus custos a partir da desse tipo de receita, mas antes pretendem desenvolver comércio eletrônico e buscam integração vertical com a plataforma de telecomunicações para poder gerar receita adicional com base no tráfego decorrente da audiência gerada.
Dessa forma, a maioria dos projetos de Internet baseados em conteúdo acabou se tornando "programação" para grandes portais horizontais, estes sim, capazes de reunir condições mínimas necessárias para desenvolver modelos de negócio baseados em audiência.
De qualquer forma, é possível desenvolver um modelo de negócios baseado apenas em conteúdo na Internet. É preciso ter presente, no entanto, que a empresa que adotar este modelo de negócio terá de se estruturar em primeiro lugar como uma geradora de conteúdo original e se possível proprietário, sendo capaz de atualizá-lo regularmente, e não como a detentora de conteúdo estático, ainda que em grande quantidade.
Se traçarmos um paralelo com o mercado de televisão, essa empresa se caracterizaria como uma produtora de conteúdo online. Seu modelo de negócios estaria baseado mais na comercialização deste conteúdo a players de mídia do que em sua veiculação de forma independente na rede.

COMÉRCIO ELETRÔNICO
Outro componente importante nos modelos de negócios de empresas de Internet está na realização de comércio eletrônico. O comércio pela Internet, apesar de apresentar grande potencial de desenvolvimento, está limitado por condicionantes tecnológicos (ex.: segurança das transações), de qualidade industrial (ex.: padronização/customização de produtos), logísticas (ex.: entrega do pedido), culturais (ex.: propensão a comprar por catálogo) e de comportamento do consumidor, entre outras).
A tendência é que a maioria das limitações ao e-commerce seja gradativamente reduzida ou eliminada. No entanto, uma atenção especial deve ser dada à questão do comportamento do consumidor. Afinal, uma vez solucionados os entraves ao e-commerce, este deve ser o elemento final de determinação da propensão do consumidor a comprar na rede.
Neste particular, uma variável-chave será a percepção do consumidor do valor agregado através do comércio eletrônico. Passado um período inicial influenciado por modismos, a agregação de valor deverá estar baseada no atendimento a necessidades reais do consumidor, através de:


a. Oferecimento do produto certo (o que o consumidor quer e não aquele que a empresa tem ou pode oferecer pela Internet);
b. Identificação do produto que o consumidor deseja receber em casa por questão de praticidade (em contrapartida ao produto que ele deseja adquirir em lojas físicas, por diversas outras razões, como experimentação, lazer etc);
c. Oferecimento de preços menores do que os praticados nas operações físicas (uma vez que estes reflitam ganhos de eficiência proporcionados pelas operações online, repassados ao consumidor).

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